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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Participo(io)



Expandido de si mesmo
Anotar o exprimível em deleites do eu-vivo.
Querer, exatamente, sair pela fenda menos torrencial
A chuva veio e lavou a aurora do jardim-antes-fosco.

Limitou a consciência exaurida de palavras tortas
Tocaste o tamborim ao limitante que sambou  sem fala ou cochicho.
Então, expandiu  outra vez : Agora sim, será para além de nossos punhos.
                           (...)
Será breve o som que maestrará os passos cadentes
Serão as estrelas, de repente
Uma égide de papéis diferentes.

Transcenderão os nós-próprios
Dos laços eternos e nossos
Que, minuciosos, tecemos.

Brindaremos as palmas e os bem-dizeres
Para refazermos os nossos seres
Em teares cintilantes.

Não hemos de mover, sequer, um instante
Para voltarmos feito antes
Ao ser, aquele, distante

Ataremos nossos sonhos
Às  escrituras outrora ditas
De paródias auto-descritas
E ao que ficou estagnado

Roubaremos do tempo
 O seu maior desalento
Os laços, os afagos e os mundos
Que um dia estiveram juntos
Em um só ser profundo
De caricaturas e risadas.


(João Paulo Martins Ferreira)

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