A mão errante
Entre os corpos não-distantes
E seus vapores entrelaçados
Fazendo cama para repousares
Ao ermo de alguns lugares
Inabitados por nenhum de nós
Desdobrando o meu afago
Em carinhos lascivos e pagos
Pela língua visceral e náufraga
Que arrebatou no porto de tua boca.
- Ah, transa viva.
Fizeste semente
Somente da escarra terra que provieste.
(...)
Os corpos continuam naus
Os corpos continuam naus
nus e somente
batizados pelo vapor condescendente
que fez podar os brotos da moral e do que foi prudente
germinando flores sedosas
perfumes cativos
e pernas entrecortadas..
[ A bruta flor do querer houve de germinar...]
(João Paulo Martins Ferreira)