Páginas

sábado, 30 de abril de 2011

Os Funerais I


Sartre da São João, hálito de bebida barata
e meio Vila Rica amassado no bolso.
Devorador de memórias de prostitutas e arruinados,
o doce prazer dos últimos trocados.
Hoje escreverei o livro de toda minha vida,
e trocarei os manuscritos por beijos e carinhos pagos.
Foi tudo um engano.
Um enorme engano do acaso.
E acabei aqui, vencedor mais derrotado, de troféu entre os braços,
sem ninguém pra me chamar de herói.
Velando meus coelhos brancos.

(...)

As pessoas não ficam, sempre passam,
evitam contato com o homem e seus desencantos.
E eu assisto tudo, como um filme de quinta categoria,
sem saber porque faço ou falo coisas.
Em um cinema sujo e triste, as mulheres me cospem, o coração desiste
e deixo o orgulho para as moscas.

(...)

Um brinde então, a esse odor de quarto úmido,
a televisão que não sintoniza.
Um brinde ao Domingo, ao tédio, a esse colchão imundo,
onde casais feios treparam por dias.
Eu sou herói de ninguém e quero um quarto sem espelhos.
Um corpo sem nome pra abraçar com os joelhos.
Porque hoje sou o que sou, o leão covarde da boca do lixo
na estrada de tijolos mais suja e cheia de bichos.
Decorei poesias, li Kierkegaard, Nietzsche até o raiar do dia.
E só conheci mesmo na vida os demônios sujos que não conhecia.

(...)

Verdade, Fernando, jamais conheci mesmo quem levasse porrada
e todos que conheci me chutaram mesmo caído à calçada.
Holden,estou aqui, de esperanças enterradas.
Atravesso, atravesso a estrada e nunca acontece nada... nada.


João Paulo Martins Ferreira.

Lara


Lara, pedra rara
que meus olhos
sempre encara
a beleza descarada
o feitiço nunca para
aos meus olhos
sempre Lara
Lara
Lara.

Gustavo Machado.

Circus Society

(Gustavo Machado)

Vamos, sociedade circense
mostre-me suas peças
e continua brincando conosco,
fazendo palhaçadas
com vosso povo

Solta as onças
e domina-as em seus bolsos;
põe nos trajes de baixo
nosso infortúnio ordenado
e torna-te-o vosso

Vamos, Circus Society
brinca agora com os leões,
mas lembre-se que são esses
os reis da floresta e,
logo mais, também,
da de concreto e aço.

Lentido



Os carros passam lentos
aos meu olhos, a lentidão;
e a vida passa lenta,
com pressa de chegar
às lentes de meus olhares
DESpressos
devagares
insolúveis
solitos.

Gustavo Machado.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Guerra

(Gustavo Machado)

BUM!
Estoura a bomba
da 3º Guerra Mundial
falta água
o planeta está seco
e a vida está por
água a baixo
e, ainda assim,
existe ideologia
em embate,
Socialismo enriquecendo
Capitalismo empobrecendo
China no controle
EUA por segundo
esqueceram-se da água
da vida
da morte
de tudo
só da ambição
de querer
se
enriquecer

Vida


Reza, implora
chora agora
mas ri depois
a vida é bela
mas tem obstáculos
então
ora
chora sim,
de felicidade
e ria sempre
por
poder
viver

Gustavo Machado.

Sons


Ping-pong
tic-tac
ploft-ploft
escada, caia
no barulho
desse som
divertido.
Entre mais,
crock-crock
ruft-ruft
nheco-nheco
tim-dom
campainha
louca, pira
nesse som
tão instigante
que fazemos
todo dia.
Não para,
para nunca
essa arte
das ruas,
das casas
e dos bosques
e toc-toc,
chegou alguém:
nhéeeeemmm!
a porta abriu;
conversa vai,
conversa vem
e os barulhos
constantes
que anima-me
distrai-me
do agito cotidiano.
Piu-piu
miau
rau-rau
creck!
coft-corram!
atchim!
são barulhos
naturais
que nascem
dentro
de
mim.
Plim-FIM!

Gustavo Machado.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Banco Da Praça


(Lucca Moretti)

Aquele velho e nobre samaritano
descascado, enferrujado e descuidado
o recanto, o templo de meu descanso
feito para relaxar o meu corpo e estimular minha cabeça

São tantos fatos a decorrer
discussões a entreter
cigarros a acender
renovando-o assim dia após dia

Este é o bom amigo da solidão
quando cai-se a noite,
a amargura do bêbado com a garrafa em mãos
é esquecida pelo aconchego do banco da praça

Aquele é o velho e nobre samaritano
que acolhe a mim e ao bêbado
sem desprezar diferenças
apenas acolhendo, na pequena praça da cidade

E as lembranças em minha memória, hei de guardar
mesmo se um dia venham ele retirar
pois a lei da vida é sempre a mesma:
a quem oferece descanso, um dia sempre virá a descansar.

Cinema


Sintonize
agilize
a reprise
vai passar

A pipoca,
estoura logo,
minha barriga
está a roncar

E o filme
quero ver
e saciar
minha vontade

De conhecimento,
me entreter
com comida
de qualidade

Pip-tique,
poca-toque,
o mastigar
me incendeia,
durante o filme
vai passando
o ritual de uma ceia

Drama, suspense
comédia, terror
sintonize e faça gesto
e veja,
reveja,
reveja novamente
a cena que mais gosta,
a história que te intriga,
o filme de qualidade

Era Uma Vez Em Um Mundo Encantado



Em um escaldante reino ludibrie
Onde a dúvida surgia da vida
E os pássaros transcendiam em melodia
Com o esboço da fauna do dia

Tudo por si, queria
Tudo por si, fazia
Tudo por si, obtia
E tudo por si, seria

As palavras de fato tinham sentimentos
Que nasceram de um nobre instrumento
Regido por um tal conhecimento
Denominado concreto pelo vento

A terra fofa era regada em porte
O orvalho seco crescia ao norte
Dizendo a mim, onde estar o passaporte
De meu simples encontro à sorte

O tempo não seguia dimensões
Desprezava tudo, sem pretensões
Este reino um dia caiu
E o encanto? Sumiu!
E nunca mais ninguém o viu.

Lucca Moretti Rios.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Avante


 


Acordei cintilante como as estrelas na noite mais escura
Adormeci, conforme os gritos de sofrimento cessavam em minha mente
Pra que passar por tanta dor desnecessária
Se podemos ser tão bons e práticos

Despeço-me de amigos com sentimento de que carregam medos e desejos
Desconhecidos por mim e vivenciados pelos mesmos
O que fazer para saciar essa mácula interior?
O que fazer para saciar essa mácula exterior?

Vontade, atitude e dedicação serão as armas de um povo
Povo que emerge das cinzas medievais
Como uma fênix sedenta por vitalidade mediante sua imponência

Coloquemo-nos a frente de um tempo de mazelas
Um novo alicerce será estabelecido
Avante forte povo, avante brava gente

(Eduardo R. L. Vieira)

.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pirilampo Voador


Cores em Colores
dissolvidas em licores
misturados, cor de flores

Tingidas em asas
de um Pirilampo Voador,
que transcede todas as casas
de uma nota sem pudor

"Sensor" - de alegria,
ato sem covardia,
explicito, por tudo, por cor;
explicito por um Pirilampo Voador

Voa alto, semblante de Deus
transpassa o alecrim aos olhos teus

E colore o preto em azul,
tira do norte, o sul,
a cor devida,
a alma ungida

Muda do mundo, o incolor,
e transforma, Oh! Deus voador,
em arlequim, a vida indolor.

Os Madeixos.

Desenho por: Lucca Moretti
Poema por: Gustavo Machado

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Face




Olhares, simples olhares
vulgares,
similares ao que sentes
na retina de suas lentes

O prazer ou sofrimento,
amor ou descontentamento,
pensamentos transmitidos
aos olhares cabidos
ou
descabidos


(...)

Olhar sem pensar
pensar sem olhar
olhar para o pensar

(...)

Sorrisos
bem ridos,
talvez falsos e inquietantes,
alegres e transbordantes,
a face de um querer ser
independente de,
simplesmente, ser

(...)

Sorrir, chorar
sentir, amar
ligados
involuntariamente
ou, talvez,
completamente
sociáveis,
inseparáveis

(...)

Rir pelos olhos
chorar pela boca
pensar com os dois

E olhar para o pensar
sorrindo pra não chorar

E pensar sem olhar
o sorriso não correspondido,
sem lacrimejar, por percebido
a insatisfação

Mas não perder
nunca
os olhares alarmantes,
os sorrisos apaixonantes,
os pensamentos distantes

(...)

Somente olhar,
sorrir,
pensar

Gustavo Machado.



domingo, 17 de abril de 2011

Epopéia Humana

(Eduardo Vieira)

Se aproxime
Vamos, se aproxime

Venho lhe contar a epopéia humana
De conquistas regadas a sangue e dor
De homens bons e maus
Convivendo mutuamente numa mesma dimensão
Pregando amor e ódio
Paz e guerra.

Essa é a humanidade
Utilizando-se da racionalidade responsável ou não

Lobo disfarçado de cordeiro
Santo preso em carne

O que fazer?
Transcendam comigo
Já é hora de partir...




sábado, 16 de abril de 2011

Coerção

       (João Paulo M. Ferreira)           

hoje, o gosto do café se esvaneceu
           o  amargo, ah, este açoitou os lábios
           sem
           sentir

           a mente semi-oculta
           oprime-se por devaneios vastos
           
           o corpo esquecido
           sem forças para juntar seus míseros
          (e tolos)
          pedaços

          me prendeste num sonho
          dissimulado por nós mesmos
          por afago perdi a vida
         no cessar que gritei a mim ( mesmo)

        
        Ah! desgraça inerente ao existir
        por vãs pessoas perdi o mundo
        e a tola vontade de

consentir.

L'éternité

Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
        Ao sol.


Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.


Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...
Arthur Rimbaud

Foi

 (João Paulo M. Ferreira)



Corto e des-traço lampejos errantes
Ergo velas, codinomes, ao horizonte do que não se vê.
Pinto traço e repasso o laço e dou o nó por onde já caminhei
Desfaço e faço da vida um espelho de arestas esculpidas
Para refletir o bem-dizer.

Da ponte do jardim transcendental, viro éfira e adentro ao mar-não-morto.
Sem poeira, nem pé no chão.
Errante agora é a vela. Pelo sucinto movimento remo rumo à rima.
(...)

Stella Maris soergueu-se reluzente. Saboreio Ésquilo,Roma e o Clássico.
Abandono. A mescla, ainda de bom agregado, jamais fará entender
o que
outrora
também
não fora


entendido.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Evolução Desracional

(Gustavo Machado)

Tecnologia, avanço, evolução
é diodo, resistor, capacitor, componentes
atraso mental, comodidade

Pra que livros, se têm internet?
Pra que folhear, se tem página virtual?
Pra que pensar se tem tudo em suas mãos?

Sensacionalismo, reportagens, manipulação
e é terrorismo, atentado, isso tudo na TV de LED
pra dar mais impacto, emoção

Violência, capitalismo, e Copa do Mundo
corrupção, roubo, e Olimpíadas
mas estamos em uma maratona,
a maratona da globalização

Sem respeito, sem senso de humanidade
sem senso de natureza
sem senso de pilantragem

Onde está o carpe diem?
E o locus amoenus?

Devíamos pôr nesse mundo
um pouco de inutilia truncat
e aurea mediocritas

Mas essa é a 3ª Revolução Industrial
pra que tudo isso, né?
Eles precisam de dinheiro
correr atrás de dinheiro
ganhar dinheiro
roubar dinheiro
e na cueca também tem que haver dinheiro
e depositar na Suíça

O dinheiro move o mundo
promove guerra, e depois a suposta “paz”
e é partido contra partido
PSDB criticando PT
e vice-versa

Onde está a paz nisso tudo?
A Guerra Fria ainda não acabou?
Disputa ideológica pra que?
Somos todos iguais
frutos da mesma origem,
da mesma célula-mãe-de-todos

Dizem existir a felicidade
mas penso que só será nos céus
pois aqui já é o próprio inferno


terça-feira, 12 de abril de 2011

Pra Onde?

(Eduardo Vieira)


Sente que tá fraco?
Sente que tá mole?
Vem correr com a gente

Sente que tá duro?
Sente que tá fácil?
Vem correr com a gente

Corre, corre, corre do diabo,
Corre, corre, corre pra se salvar

Sente que tá louco?
Sente que tá foda?
Vem correr com a gente

Corre, corre, corre da morte
Corre, corre, corre pra vida

Mas pra onde?
Pra onde?

Pra onde a música nos levar...

Sem Parar

(Eduardo Vieira)


Hipocrisia?
Que ironia!
Se ontem da ignorância ria,
Hoje dela se arrepia

Quem fala?
Eles falam
E falam muito
Tanto que você fica louco

Eles testam sua força
Mas você é forte?

Lute comigo
Vença comigo
Cante comigo
Viva... viva a vida

Já se cansou?
Amanhã tem mais
Só não me faça parar
O espetáculo real tem que continuar

Ó Sábio

(Eduardo Vieira)

Falsas verdades nos são contadas
Nossas mentes, manipuladas
Fazem-nos enxergam o imaginário coletivo

Me leve daqui, me tire daqui
Ajude-me ó sábio

Opostos refletem o que somos
Onde está a verdade?
Que verdade?

Me leve daqui, me tire daqui
Ajude-me ó sábio

Fomos, somos e seremos pó
Aspire-me, grande cosmo
Aspire-me lobo homem

Me leve daqui, me tire daqui
Ajude-me ó sábio

Depression

(Gustavo Machado)


Alta madrugada, ruas desertas
bares vazios
e o meu copo mal-cheio

Fiz da noite um licor
que coloriu meu corpo
e disfarçou-me o psicológico

Fiz de várias companhias a solidão
e me envolvi do que proporcionavam
e de copos em copos, garrafas e lacres
liberei a impureza de meu ato boêmio
e embebi-me de tristeza

E em música fiz ritual,
em dialéticas fiz a nobreza
de risos mal-ridos, em cigarros
desfiz o desabafo em solitude

Volto em alegria dispersa
e felicidade anti-nucleada,
mas contente por viver
o desprazer da vida
e conhecer o infortúnio
di vite vuote

sábado, 2 de abril de 2011

Envelhecer

Rogério Bittencourt
(Gustavo Machado)


Brota do meu ser
transformo-me
e as rugas aparecem
os fios brancos entram em vigor
a melanina do meu corpo está escassa
o envelhecer me persegue

E vem o peso da idade
os compromissos, preocupações
responsabilidades
casa, contas, dívidas

Mas o espiritual continua vital
não segue o mesmo rumo do corpo
é jovem, persistente, sonhador
assim como a 40 anos atrás
nunca deixou de procurar algo novo

A idade avançada
é uma conseqüência do destino
o tempo, quem criou foi o homem
são apenas datas e marcações
para uma vida dirigida, controlada
o tempo é, simplesmente, algo econômico

Mas com o tempo
data-se o conhecimento
evolução
e disso tenho certeza
que nunca fugi


Foram mulheres e divórcios,
livros e mais livros,
cair e levantar,
com a vida se aprende tudo
o tempo é a escola da vida
e nela se tem como matéria essencial:
viver e conhecer

E vivi, conheci
aproveitei do que a vida
me deu de melhor
e, também, do de pior

Sentado, escrevo hoje
um resumo de minha história
os anos que por eles passei
as rugas que, nascendo, presenciei
e os fios brancos que, mais, muito mais
ainda verei

Tédio

(Gustavo Machado)

Parado, imóvel
toma conta de meu cansado corpo
e leva-me à preguiça
descaso do acaso

A-vontade de tudo
andar, correr, brincar
foge dos meus planos
deitar é a melhor
e única opção

Sem nada, sem tudo
apenas vazio
sem pensamentos
só tédio

Tédio! Tédio! Tédio!
a única palavra que me aparece
diz tudo
sobre o que passo agora

Morrer é inviável
pois algo estarei fazendo
viver, pior ainda
é muito persistente o movimento

Eu vegeto
meu corpo vegeta
minha vegeta
vegeta meu próprio
Tédio

Truco

(Gustavo Machado)

Bate, coringa
enche meu copo
o jogo está bom

Desce manilha
distribua as cartas
sai 3, Ás, Rei, Valete

- TRUCO! (6... 9... 12...)

ZAP!

Vem que o jogo não para
e grita, bebe, xinga, ri
e joga mais, sempre mais

Mais uma vez, desce as cartas
três para cada
e vamos lá!

Piscadinha se o jogo for bom
e é bom, então ri, comemora
e pega tentos pra nós
a partida vai acabar

- TRUCO! (outra vez)
- Pode mandar!
(e pá e pá. As cartas estralam na mesa)

- GANHAMOS! Portanto encha nosso copo
e vamos comemorar!

E que o jogo continue!!!

Cobrança

(Gustavo Machado)

E na lembrança, os ósculos
que me condenam
e os amplexos que me aprisionam
me desnorteiam por estar longe
por não ver tua face delicada
sorrindo, falando, me amando

Insegurança; sinto a todo o momento,
pois não estás comigo
 o ciúme nunca é ausente
 a confiança é libertadora
mas a falta de equilíbrio é perturbadora

Eu quero teus olhos
tua boca, teu corpo, teu prazer
mas quero que deseje em troca
o mesmo que tanto quero
quero te amar e reciprocidade para comigo
quero que me beije, tanto quanto eu quero
por estar contigo
e te abraçar bem forte
sussurrar no teu ouvido
tudo o que sinto e beijar teu pescoço
tua bochecha, teu corpo inteirinho
sabendo-o que é somente meu

Deseje-me assim também, pequena
deseje meu corpo único pra ti
deseje meu amor único pra ti
deseje-me inteiro, como jamais desejou alguém antes
e deposite todo o seu furor em mim
como nunca, antes, fizeste

Ame-me, apaixone-se por mim
coloque isso como prioridade em seus dias
não deixe que algo possa estragar
o que é tão bonito entre nós
e saiba que eu faço o mesmo
apaixonado estou e estarei sempre
amando é algo que nasceu em mim
 e não acabará mais

Somente isso, mais nada, lhe peço em troca
já agarraste meu coração
faça dele seu pertence
e, se me permites, farei, do teu, o mesmo

Minha doce princesinha
Te Amo E-t-e-r-n-a-m-e-n-t-e !!!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Política-Destruição

(Gustavo Machado)

Procuro a liberdade que nunca me liberta
e na revolução uma verdade descoberta
tento me refugiar com meu eu individual
e ficar atento pra que nenhum doença me faça mal

Fujo da realidade de regras sub-humanas
fico puto com a putaria dessa gente desumana
me torno louco com a capacidade dessa gente incapaz
de fazer bem à alguém, de deixar alguém em PAZ

Procuro alguém que não se deixe levar
por essas regras sem nexo que eles têm à zelar
tento mostrar pr'essa gente egoísta
que eu não caio nessa laia, que não sou nenhum ísca

Fico no escuro escondido, sozinho
pra que a manipulação nunca chegue ao meu umbigo
tento favorecer quem esteja ao meu favor
e foder com essa porra de governo corruptor

Não aguento mais essa política-destruição
mete nesse porra outra constituição

Vem

(Gustavo Machado)

Vem, simplesmente vem
e faz de mim sua eterna vitória
como, assim, faço contigo

E peneira-me, lapida-me
e coloque-me entre seus dedos
faça de mim seu ouro, sua aliança
sua simbologia e confiança
sua crença

Me despida, sinta-me
deixe fluir o que há de mais lindo
e nos funda, junte-nos
e sinta todo amor que há entre nós

Deseje-me, queira algo intenso
e terás como nunca teve antes

Beije-me, abraça-me
sinta saudade de estar comigo
e chore, chore por não estar
assim como já faço

Pense, sempre pense
recorda-se de mim
lembre-se de nós
nunca se esqueça
que nós somos um
eu somente eu
do plural ao singular

Cheire-me, bafore-me
conheça-me
e me, num total me,
me ame profundamente

Vem, simplesmente vem
caia-se aos meus braços
e não parta, nunca parta
somente vem, simplesmente vem
eternamente
vem
pra mim
por nós

vem

Vai e volta

(Gustavo Machado)

Vai, vai, mas volta logo
sem seu corpo não sou o mesmo
sem tua boca me transformo
sem teu olhar eu me cego
sem tua voz eu me perco
sem tua vida eu não vivo
vai, vai, mas volta logo

E teu amor me contamina
tua pele me esquenta
teu sorriso me instiga
e a distância me condena

Volta, volta rápido
tua mão é o meu mapa
me ajuda a andar
pois contigo quero viver
pro resto da vida
pra infinita eternidade
e vem comigo
menina bonita
da pele morena

Vem, preciso sentir o teu sabor
tua alma me adocica
a vontade ingênua
de te ter pra sempre
pequena morena

Tecendo

(João Paulo M. Ferreira)

Nociva colombina que não é judia
Fizeste de mim sua palestina.
Sem Pierrot, nem Arlequim, mancho as páginas de dissabores.
ressu-r-r-ei-ção-de-lanças-sem-escudos.

Lapido a arte em teu louvor
Esculpindo o que a escultura não previra
Cuspo o gosto à gosto de quem quer consentir
Desenho a alma em distorções incolores.

Só vejo outrora-condenação.
Equivoco-me a realçar repintando o sol.
Reajusto o que dedos-fartos teceram num harmonioso tear.
Fiz-me renda para cobrir teu corpo.
Fiz me sol para inspirar-te
Fiz-me plenitude para vedar seu ínfimo
Fiz-me arte para traduzir-te

Dancei com as pétalas.
E,do lindo jardim transcendental.
Do lapso precipício que cavei
Andei sem vela, morto e só
Por luas e limus deveras.
sem
sequer
tchau.

Tarde Vazia

(Gustavo Machado)

Tardes vazias, vivi sem ti
e manhãs pensativas
que me atormentavam a cabeça
que me preocupavam
e dilaceravam meu estado
humano de querer sempre
contemplar a maior beleza de todas:
o amor que sinto por ti

E me revirei por entre
as folhas de caderno
o meu lápis rabiscava
sem sentido, o meu estado
sofria, sofria irremediavelmente
por não te ter naquele dia

Vinha angústia, desespero
saudade, tudo me perturbava
seu olhar estava em meus olhos,
e, em qualquer outra pessoa,
sua imagem, apenas, me aparecia

Triste e solitário foi meu dia
eu estava cansado de não fazer nada
queria sempre te ver
te admirar
e tua boca beijar

Tocar meus lábios nos teus
e abraçar-te firmemente
pra que o vazio se tornasse
ausente

Com-paixão, São Jorge

(Gustavo Machado)

O tempo me descrimina
me faz escravo da saudade
faz com que o relógio transforme

segundos em eternidades

A distância me prende
em celas subterrâneas, infinitas
e 200 km se tornam 2000 anos-luz
já nem sei mais o que fazer
isso me desgasta
me machuca
pensar em te perder
para o tempo distante
é a maior ferida

E a saudade aflora o amor
mas a distância aduba a saudade
e cresce, de maneira infinita
e aperta o amor, aperta o coração
finca a estaca estampada de angústia
e solidão

E jorra, jorra distância
a coroa de saudades em meu coração
me torna incapaz de lutar

Eu já tentei de tudo pra reencontrá-la
mas eu nunca a acho
nunca a vejo
só fica em pensamentos
a doce menina que é
tão delicada
tão suave e serena

Corre São Jorge, me ajuda e recuperá-la
me ajuda e fazer com que sua mão toque
novamente a minha
pega tua espada, arranca esse espinho de saudades
de meu coração, e trazê-la pra mim
é o que mais imploro

E vem, Lara, vem como sempre foi
vem assim como te conheci
mata-me a saudade
mutile minha angústia
e desperte o meu desejo por ti
arranque a face triste de meu semblante
 e ponha a felicidade
o amor, que nunca morreu
a paixão, que cresce viva até hoje
e o beijo, que em meus pensamentos
sempre prevaleceu

EU TE AMO!