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sábado, 17 de março de 2012

Veneno Adocicado Mundo


O Mundo envolta um mundo,

Inundado de tristeza
de Terezas
Tão solteiras.
E de Ricardos
                  [é devastado o mundo,
com descasos
de Terezas
Que por Raimundos
Dariam um mundo
Sobrecarregado
                 [de um amor profundo
Que Raimundo
[não quer saber mais.
Pois Sabrina de Sais Salinas,
Um dia em praia sódica
Torceu pra que caísse um mundo
Na cabeça do pobre Raimundo.
E em buraco
que é breve, mas fundo,
Tereza tentou de tudo,
que, por fim, conheceu Raimundo
que largou Sabrina de Sais.
Mas mesmo que com clemência
Raimundo não teve paciência
Pra lidar nem um pouco mais
com tudo de -Zas e Sais.
Terezas e Sabrinas,
mulheres, garotas, meninas
Ficaram sem tudo demais,
Sem Ricardos, Raimundos, Sinais.
Mas sim, um mundo
Um Mundo envolto por um mundo
Descuidado por um descaso
de Paz!
 

(Gustavo Machado)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fogo Ruivo


Cinzas se amontoam
Na clareira campestre.
Silenciosa cena silvestre
Que aos olhos magoam.

De um rebuliço peculiar,
Espalham-se ao vento.
Nesse exato momento,
A Fênix põe-se a voar

Das chamas da morte,
Renasce bela e imponente,
Observada sem acorde.

Reluz e seduz num gesto risonho,
O observador dormente,
Assim desperta do sonho.

(Eduardo R. L. Vieira)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Luz sobre luz sem sombra



Parei, de tentar entender as pessoas
Parei, de tentar entender a sociedade
Parei, de tentar entender o universo

Não, isso não é para mim
Não, agora isso não é para mim
Não, não sei o que querem de mim

Cego, surdo e mudo perante o mundo
Vivo, sem nada aprender
A brisa fria do balanço suave do véu da noite consome-me
Suas extremidades, ao longe, onde eu não conseguiria sozinho alcançar

Luz, seres de luz
Acendam a chama interior, despertem a brilho majestoso
Guiem-me, ajudem-me, apareçam
Transpassem a barreira do invisível

Agora vos vejo, toco, sinto
Espere. Vós sois humanos!
Carregam a centelha cósmica dentro de si
Quero que me ajudem, ó seres de luz
...
...
...
Tento entender as pessoas
Tento entender a sociedade
Tento entender o universo

Sim, isso é para mim
Sim, agora isso é para mim
Sim, é isso que quero pra mim

Com visão crítica, atencioso e questionador perante o mundo
Vivo, querendo sempre aprender
A brisa fria do balanço suave do véu da noite inspira-me
Suas extremidades, ao longe, são lembranças

Quem poderia ter me tirado do abismo da ignorância e juntamente comigo querer traçar novos rumos para uma sociedade decadente, uma nova interpretação do viver? Quem seriam esses seres de luz?

“Gustavo Machado, Lucca Moretti, João Paulo Martins, Pedro Marcondes, Luís Roberto, Laís Vieira, Lucas Salles, Pedro Vieira, Paulo Afonso, Bruno Nobru, Bruno Brasil, Irineu Rocha, Luís Felipe, Ernane Lopes, e todos os outros fraternos dessa imensa nave-mãe que chamamos de Terra que não foram citados e ainda hão de ser.”

(Eduardo R. L. Vieira)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Circen

Constirpo intrínsceco
Quero irradiar teu signo
                             [benigno

Desatar a sutura
Entre o presente e o de repente
Através da agulha-linha
Entrelaçada aos dedos inocentes
Abrindo montanhas sobressalente
Sobre as odes de lanças incandescentes
Que rajaram do céu-maior.
                      (...)
Mas, novamente, o circo chegara à Macondo
E os dedos que devassavam tempestades
Não imitavam mais as raízes sobre a terra.

Brilho, desconexo, concêntrico
Coração alento e ímpar
- Senhoras e senhores:  O circo estendera sua tenda
 e tingia o espetáculo que a agulha-linha
jamais ousou
                         [recosturar

(João Paulo M Ferreira)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Socorro Calçadístico


E as calçadas desgovernadas
pedem arrego das rodas estacionárias.

-Corram! - Diz o piso lateral
-Sentam-se! - Diz a cantoneira
-Fujam, covardes! - Diz a borracha petrólica.

E cansadas estão todas essas calçadas
exaltas e pisoteadas.

Ipanema pede greve
dos saltos-furadeira
e das solas mal-gastadas.

Faz zig-zag pra se refugiar
mas é insistente o  holocausto
contra elas.

Hollywood viu mãos
e foi tapeada na cara
quanta falta de misericórdia
com essas humildes calçadas.

-Andem no asfalto, seus miseráveis! - diz a calçada revoltada -
É seu irmão, borracha petrólica. Maltrate-o a mim! 

Mas a circunferência de setores gira sem exaustão
e as rodas estacionárias adiantam e atrasam
e massacram as calçadas,
as cantoneiras,
as ladeiras
pintadas de verde e amarelo
e branco.

Viva a barbearia transital
Sofrem as calçadas desse caos.

Gustavo Machado

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Expansão vital-dimensional


O sereno que pela fresta se espalha
em tom de cor-morta
arrepia o que um dia se vê
e o passado então entorta.

Entorta o vidro,
o espelho,
o caminho,
em busca do surreal
perfeito espinho.

E pinta de cinza
o batente avermelhado
tampa a janela
e lacuna o telhado.

A fresta, então, se rompe em buraco,
em vortex transcendental,
em plano sub-real.

A vista cansa,
a neblina entra,
o olhar espanta,
o caminho aumenta.

As flores murcham com a brisa
os cavalos gritam, congelados
os tomates saltam, salteados
a vida expande-se sobre a vida.

A eternidade,
o sereno espírito,
o frio quente
da alternação de plano.

A fresta fecha,
o buraco cobre-se,
o torto desentorta-se,
e tudo que estava morto acinzentado
volta a cor viva,
ao vermelho luz,
a paixão que conduz
o sentido da vida.

E a vida expande-se sobre a vida!

Gustavo Machado.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Texto Reflexivo


Das várias bombas soltas por aí,
Desde Hiroshima ao Haiti,
O desespero pelo petróleo,
A sede excomungada por territórios,
O que ainda haverá de vir?
Depois de Bush trair o próprio país,
Destruir o pentágono e as duas torres,
Não se vê cair nenhuma lágrima do seu falso rosto;
Por milhões de vozes silenciadas em dores (Como no Século XX, o mundo fuzilado pelas tropas arianas de Füher).
Imperialistas indutores que impõe para todos como tudo deve ser,
Avante, pois, das mazelas de gaza as nações mais fracas,
O impetuoso sentimento de ódio nunca é saciado.
Até quando derramar o sangue alheio será justo?
Não cansando nunca de controlar tudo para obtenção de mais poder.
A simples liberdade de contestar,
Ao grotesco ato de atirar,
Agora até em lar familiar,
Há de haver uma bomba prestes a estourar.
Seria mesmo difícil compreender palavras,
Estabelecer consensos
E respeitar costumes e culturas diferentes?
O poder não deve o certo para estabelecer o que de fato é certo.
A sua crítica para com outro, na verdade é, o seu próprio defeito visto de maneira imperceptível
Um cristão comum que se apega a imagem de Jesus pregado a cruz,
O Hindu que se isola dos males humano-conscientes para alcançar a luz [...]
Qual estará certo eu não sei e ninguém saberá dizer,
Mas foram conceitos criados para nos melhorarmos.
O óbvio se encontra no óbvio.
As belezas estão dispostas na vida.
O simples é tornado agradável na instância vivencial,
E por que tudo não se torna simples como as palavras?
Qual será a nova face do mundo?
Que heresia poderia ser posta em vigor?
Mas saibam que o poder nunca será absoluto.
O camponês que antes andara a pé, agora és rei,
Montado sobre um nobre cavalo azul e verde.
E da mão de obra barata, o PIB ultrapassará até mesmo aqueles que um dia disseram que a América seria dos americanos.
Do petróleo para a água,
Das Américas à Ásia,
Em qual lugar se carregará a próxima arma?
Até qual ponto esperaremos a nova bomba ser montada?

 Por: Lucca Moretti Rios

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Memórias Luso-Mineiras


Caminhando pela Avenida Dr. Lisboa,
Deparei-me com Camões embriagado,
Cantarolando sobre sua vida à toa,
Só podia eu estar equivocado.

Camões veio de Portugal?
Camões veio do Umbral?
Questionei-me incessantemente.

Fazia poesia a revelia,
Palavras de incomparável melodia,
Boquiaberto estava eu, frente a frente.

Soltei a fumaça aprisionada em meu pulmão,
Camões se esvaiu no vazio da dimensão,
Tudo não passou de uma ilusão,
Ou será que não?

Loucura urbana da mocidade,
Pouso Alegre promovendo a condutividade
Entre sonho e realidade.

(Eduardo R. L. Vieira)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Contemporaneidade


Suas logomarcas ferem-me o corpo,
Adagas flamejantes da submissão popular,
Sangram meu senso crítico,
Putrefazem minha ideologia.

Desdenho e não quero comprar.
Diante disso questiono-lhes:
Grandes monopolizadores,
Até onde a ganância pode chegar?

Máquina anti-altruísta,
Maldita política imperialista,
Mesquinhez consumista.

Números sem espírito,
Homens corrompidos,
A supremacia dos dígitos.

(Eduardo R. L. Vieira)