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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Aponta




Flecha que serpenteia o vento
Imita a rocha sobreposta às areias
És menor que as palmeiras
Mas contorna o luar.

És também, equânime, flecha viva
Serpenteias por dentre as nuvens
E trazes dela a estival chuva

Quando serpenteares por aqui
O peito dos amantes recobrirás
Com a relva, a chuva, a lua e as nuvens

Porque, ao alvo vivo que atinges, flecha certeira
Não há escudo, ou tampouco anteparo
Há o peito semi-aberto
E a alma de olhos fechados.


(João Paulo Martins Ferreira)

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