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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ao Óbito Das Sombras-Florais


O sol-mais-inócuo
Devorador de sombras
As engoliu sem perguntas
Nem tampouco porquês.

Fora como Hades: Decepou seu próprio exercito
                                                           [sub-planar.
Decepou as régias sombras
Que ousaram eclodir das montanhas-vivas.

Mas este sol, dilacerante mais que qualquer outro astro
Tomou minhas mãos
 E as transformou em viva-luz
Estranhei-me;

Agora eu era Hades, a ode do sub-eterno
Sabia devorá-las, embora nunca ousei querer.

Desejei, eu, apenas a sombra de uma flor única
E quis devorá-la. Quis inexisti-la. Quis errado

As flores sem sombras não povoam jardins
E as sombras,
Contorno repousado do que fora vivo
Existem apenas para fazer viver
O que outrora, de fato
Construiu quebradiças raízes sobre os sépios jardins
                                                          [cinzas-verdes.

(João Paulo Martins Ferreira)

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