Ascendente à luz do sol
Escrevi por traços o desatino
Desatei palavras ditas
E reinventei o meu destino
Senti do morro a chuva cadente
Gota-a-gota de um céu dormente
Fez-se mar e, de repente
Tudo estava ,deveras, diferente
O éden de Saturno
Rebuscado por delírios soturnos
Dobrou-se em mil sons hermeticamente medidos
Pois também eram esculpidos
Pelas mesmas mãos atadas.
(...)
O destino e o naufrágio
A linha curta e o conflagro
A solidão e os passos vagos
O amanhecer em pétalas-de-ouro
Do que sobrou do choro
São as mesmas lágrimas que ousaram faltar.
Fechei o livro
Senti a fenda.
E, da ponte do jardim transcendental, disseram-me os fantasmas.
- São jasmim. E ainda hão de florescer.
Pr´além daqui.
(João Paulo Martins Ferreira )
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