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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Atordoado e Confuso


Sempre me considerei diferente,
Sempre quis ser diferente,
Algo que meu doce ego se apegou durante muito tempo,
Meu amigo das horas inócuas da noite.

Um modo de pensar, um modo de falar, um modo de amar,
Todas as singularidades que me cercam e
Definem meu agir e reagir,
Sou mais um, apenas mais um pensando em ser único.

Quero poder realizar proezas,
Quero concretizar inúmeras abstrações dessa vida,
Porque se estou aqui, já vivi, já senti, já morri.

Quero poder satisfazer meu corpo e alma como for preciso,
Quero acabar com meu juízo,
Destituir a caretice como um esquizóide alternativo.

Encontro-me insatisfeito,
Pronto a crucificar-me perante a mais ínfima acusação,
Padeço pelo meu autoflagelo psicológico.

Que belos dias seriam aqueles sem arrependimentos,
Se tudo pudesse ser reescrito,
Se fossemos os autores de nossa própria história,
Diversas passagens seriam retificadas.

Mas nem sempre temos o que desejamos,
Lutamos, aspiramos, questionamos,
Mas tudo não passa de uma grande piada
Que só no último suspiro entendemos...

O humor negro nos tira o último sorriso.

(Eduardo R. L. Vieira)

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