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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tela


Asas do imaginário: evoquem-se!
E, ao cobrir o vôo, contorne
Também, as suas sombras. ( para que não as deixe fugir)

(...)             

Ouvi, então,murmúrios
Da cosmo-harmonia almejada
Sonhei, eu, com a tela desnuda
De contraste taciturno
E sonância hermetizada.

E contorceu o pincel do tempo
Sobre a tela antes-desnuda
Rasgou traços e irrompeu o ilógico
Entre o auto-relevo da vida que passara
Compreendendo o campo de evasão
Que ele mesmo criara.

 (...)

Imenso pelas asas do imaginário
Tracejou o inexprimível
Irrompeu, estancou a superfície
Que, por um instante, ainda era tangível.

E ainda não sabia
                           [de um sórdido detalhe
O espaço entre o pincel e a tela
É um vale.
                                           
                             [de soturnas falácias.

(João Paulo Martins Ferreira)

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