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domingo, 23 de outubro de 2011

Cosmos Arbítrio



                Acordei sem saber o que acabara de sonhar. Fantasia, alucinação, magia etc, não sabia explicar o que havia acontecido. A maior aventura de todas. O sonho? Um remix de viagens psicodélicas que por sorte eu sobrevivi. Bem, ele começa maios ou menos assim...
                Estávamos nós três: eu, Lucca e Caipira. Estávamos a caminho do Teatro Municipal, assistir a uma peça de um grupo de cênicas, muito interessante de São Paulo.
       - De quem é essa peça mesmo? - Eu perguntei.
       - É da minha prima, Júlia, lembra? Ela faz parte do Show Brega e vai se apresentar aqui hoje. – Lucca respondeu.
 Animados, chegamos à portaria para a compra dos ingressos. Foi então que algo surpreendente aconteceu. Aconteceu um eclipse solar, onde os raios ultravioletas que penetravam a atmosfera queimavam tudo o que estava a sua frente. A cidade havia se destruído, pessoas tinham morrido. Podia ser o fim do mundo, o fim da espécie, o fim de tudo!
Meus amigos morreram, todos. Poucos sobreviveram à catástrofe dos céus, do sol, do fim. Eu me escondi em uma sombra quando tudo aconteceu. A tal sombra era uma espécie de escudo contra tudo o que estava acontecendo. Sobrevivi.
       - O que está acontecendo? – Perguntei a mim mesmo. De repente ouço a voz de uma mulher. Era Múria, minha professora do colégio.
      - Isso é o Livre Arbítrio. Deus concedeu a todos esse privilégio, inclusive aos planetas. Portanto, uma vez que eles decidirem se alinharem, formarem um eclipse e queimar-nos, eles podem. Estão sob direito Divino. – Múria respondeu.
Fiquei impressionado com que Múria tinha dito, porém achava a situação um tanto quanto correta, interessante. “O Sol era assassino e precisava ser preso”, pensei comigo, imaginando e rindo.
O Teatro ainda mantivera-se aberto e decidi que iria ver a peça de qualquer forma, mesmo que sozinho. Todos que dentro do teatro estavam não morreram. De repente, gritam meu nome.
      - Emo!!! – Chamaram por mim. Eram meus amigos, Lucca e Caipira.
      - Pensei que tivessem morrido, oras. – Eu disse.
      - Não, apenas vimos a luz. Linda, maravilhosa, divina. Deus realmente existe e nós o conhecemos. – Lucca e Caipira disseram.
     - Entendi. Vamos entrar, estamos atrasados. - Chamei-os.
Entramos no teatro como se nada tivesse acontecido. O Sol estava no seu devido lugar, assim como a Lua.
Acordei!

Gustavo Machado.

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