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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Linhas

O silêncio de  Saturno
Sopra errante
Por detrás do cais distante
Onde deveria, vasta criatura, naufragar.

Mas ousa-me, maior,
O pudor.
Reconstruído pelas cinzas
Que desintegraram-se
Em mares-maiores
Com cujos braços hesitei em abarcar.
                   (...)
Mas, agora, então há de ser diferente
Cerraremos sorrisos esvaecidos, de repente
Embora por um lapso
De primaveras ardentes
                                [que porão de pé o jardim transcendental e suas pontes

Agora, Holden,há estrelas
Costuradas ao céu
E há bocas costuradas sem qual dor.

Todavia, seremos imensos.
E do ponto-cego-do-coser-da-vida
Refaremos.
O que as mãos, impunes,quiseram

                                [descosturar.

(João Paulo Martins Ferreira)

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