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sexta-feira, 18 de março de 2011

Espera e Precipício

(Gustavo Machado)

Carne dilacerada pela angústia
e a saudade começa a doer em meu corpo
como algo que me falta
que distante está há tempos

Veneno corrosivo pela falta de presença
anti-raciocínio de meu corpo e minha alma
e eu já não sou mais o mesmo
uma parte de mim está dissociada

Separação? Separação gera solidão
essa não me chegou a bater
pois minha mente está casada
o separar é para velhos

E pensar em desistir. Pra quê?
ainda não conheço seu corpo, seu agir
a resistência é maior
penso mais em persistir

Não é necessário adiantar momentos futuros
pois só os originais serão os melhores
a precipitação é o corte de um caminho
da qual pode não ter fim

Seria então precipício essa precipitação
não é saudável vivê-la
melhor é esperar
pra que um dia a hora chegue

Mas a tentação é um tanto forte
esperar me dilacera
e cada vez mais distante está
meu corpo do dela

O destino é certeiro
não tem hora nem lugar
um dia nossos caminhos
virão a se cruzar

No momento espero
esse tempo lento passar
e aquele 'algo' que me falta
a distância só me faz amá-lo

A natureza do distante
é tão bonita, no entanto
porque o pensar de um para o outro
só faz com que nos ligamo-nos

Por isso precipitar é precipício
pois tardia ou nunca
esse sentimento irá chegar

O natural é mais agradável
pois sente tudo de bendito
que o precipício não vive, então

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